sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Poder Militar dos EUA no cenário internacional

Os Estados Unidos da América exercem uma influência muito grande no nosso mundo. Seja na hora de decidir se haverá (ou não) uma guerra, por meio do seu poder de voto como um dos 5 países do Conselho de Segurança da ONU (United Nations Security Council, em inglês) que tem o poder do veto, ou na hora de decidir se um país será (ou não) ajudado pelo Fundo Monetário Internacional (International Monetary Fund, em inglês), sendo os EUA o único com poder de veto. Mas esse “poder” que os EUA tem não são vistos somente no papel. De acordo com o Ranking Mundial de Poder de Fogo (Global Firepower Ranking, no original), os EUA é o país com a maior força militar do mundo. Traduzindo, ele tem o melhor exército do mundo. É claro que a maneira como o índice de poder é avaliado pode favorecer um país ou outro, mas no site do ranking, existe a opção de “comparar países”  (“compare countries”, em inglês), e é aí que o poder militar dos EUA realmente aparece. Comparando os EUA com o segundo colocado no Ranking, a Rússia, é possível observar que em muitos aspectos os EUA superam os da Rússia, mas e vários outros o oposto acontece, com a vitória Russa. Mesmo assim, usando os dados do Índice de Poder (Power Index, em inglês), os EUA se mostram aproximadamente 0,015 pontos mais próximos do determinado como ideal (que seria o valor 0,000) do que a Rússia. Agora, como todas essas informações sobre os EUA se transformam em uma influência real no nosso mundo? Vamos deixar essa questão de lado por um tempo para tratar de um outro assunto.
              A Guerra do Vietnã foi uma guerra que começou sem o envolvimento americano. Ela começa com a invasão Russa no território do Vietnã, que foi apoiada pelo Vietnã do Norte. A entrada dos EUA na guerra se deu com a justificativa de “impedir com o avanço comunista pelo mundo” e de “ajudar o Vietnã do Sul a combater a invasão comunista”. Mas a entrada só foi oficial quando alguns barcos americanos foram “atacados” por vietnamitas do norte. Alguns detalhes importantes: os barcos americanos estavam espionando o Vietnã do Norte, e nunca foram atacados. Esse era só um pretexto do governo americano para pode invadir o entrar na guerra. E qual era a importância, afinal, do governo dos EUA em entrar na guerra? O que tinha de tão interessante em uma guerra para os EUA criarem uma “desculpa” para entrar nela? Medo. O medo que os EUA capitalista em meio a guerra fria tinha no avanço das tecnologias militares Russas. Isso, combinado com muitos outros fatores justificava completamente, pelo olhar dos EUA, sua entrada na guerra.
Aviões americanos bombardeando o território do
Vietnã do Norte.
              Agora,  vamos retomar a pergunta que foi deixada em aberto no primeiro parágrafo. O que os números sobre o exército americano vão influenciar no nosso mundo? Para saber a resposta para essa pergunta, é só analisar o contexto após a saída dos EUA do Vietnã devido a um fracasso militar. Depois da guerra, os estragos causados pelas armas químicas (que mesmo sendo proibidas pela ONU foram usadas pelos americanos) e a proibição imposta pelos EUA de que nenhum país capitalista poderia fazer negócios com o recém unificado Vietnã socialista fez com que o destino do Vietnã estivesse fadado ao fracasso. E, como era de se esperar, assim foi. O país sofria com uma inflação de 700% ao ano, o que durou por um pequeno período depois da guerra. E, em 2005, ao tentar processar, por meio da Associação Vietnamita do Agente Laranja, as companhias americanas que desenvolviam a mais perigosa das armas químicas que foram usadas pelos americanos na guerra, o Agente Laranja, que se manteve efetivo por mais de 40 depois do fim da guerra por onde foi lançado, o processo foi negado pois não havia, nos autos do processo, nada que “comprovasse que o Agente Laranja tenha causado as doenças a ele atribuídas”. Em 1984, veteranos norte-americanos da guerra do Vietnã haviam aberto um processo com os mesmos motivos apresentados pela Associação Vietnamita do Agente Laranja, ganharam o processo em um acordo de 93 milhões de dólares com as companhias. Armas químicas, desastre econômico. Esses são os motivos que levam a submissão da maior parte dos países do mundo aos EUA.
              Avançando um pouco no tempo, a sociedade americana evoluiu. O pensamento “anti-comunista” foi sendo deixado de lado para a entrada de uma outra ideia, a ideia “anti-terrorismo”. No governo de George W. Bush, filho do ex-presidente americano George H. W. Bush (que foi eleito usando a bandeira anti-comunista), o presidente começou a usar uma bandeira anti-terrorista, usando como inimigo a organização terrorista Al-Qaeda, comandada na época pelo falecido Osama Bil-Laden. Na sua política anti-terrorista, Bush propunha uma invasão ao Iraque, com o objetivo de tirar do poder Sadam Hussen, que ele dizia ter ligações com a Al-Qaeda e de procurar instalações onde o Iraque estaria, teoricamente, produzindo armas de destruição em massa. Nem antes, nem durante, nem depois da guerra do Iraque essas informações foram comprovadas. Um filme que ilustra muito bem a situação do exército americano no Iraque é “Zona Verde” (“Green Zone”, título original), onde um sargento do exército americano que investiga as áreas onde a Inteligência Americana diz que existem fábricas de armas de destruição em massa, e, em nenhum dos locais onde ele havia sido mandado procurar, foram encontradas evidências de que, em algum momento, armas haviam sido produzidas lá.  Com o surgimento da política “anti-terrorista” de Bush, o seu governo assumiu um outro tom, e começou a ser conhecido por outro nome. Governo do Medo.
              O Governo do Medo é o termo usado para descrever o governo de George W. Bush, onde todas as suas ações eram justificadas com o fim de acabar com a ameaça terrorista à America e ao mundo, como parte de sua “Guerra ao Terror”. Parece familiar? Lógico, se assemelha muito com a política americana anti-comunista e com a justificativa americana para entrar na Guerra do Vietnã. É claro que elas se parecem, pois ambas funcionam usando a mesma engrenagem, a Indústria da Guerra.
              Essa é a Indústria que é uma das bases da economia americana. A produção, distribuição, exportação e investimento em armamento de guerra é uma grande engrenagem que move o sistema econômico americano. Sem guerra, o investimento e a produção das armas perde parte do seu sentido, então existe uma necessidade natural de se envolver em uma guerra. Além do mais, a guerra pode trazer benefícios para os EUA, como a diminuição no preço de produtos que são essenciais, logo, tudo funciona perfeitamente, como uma máquina.
              Com as recentes mudanças no governo americano, a guerra foi sendo deixada de lado, a partir do governo Obama (2009-presente), começaram várias políticas com o objetivo de diminuir os conflitos, e, em junho de 2011, foi declarado o início da retirada dos soldados americanos e equipamentos da do Afeganistão, guerra que teve início na campanha do Bush contra o terrorismo, com o objetivo de achar e capturar (vivo ou morto)  Osaba Bin-Laden. Objetivo este que foi atingido no dia 2 de maio de 2011, em uma operação militar dos EUA em cooperação com o governo do Paquistão. Mesmo com o início de um período sem guerras, os gastos anuais dos EUA com segurança ainda impressionam, chegam a atingir quase 700 bilhões de dólares. E, é por estes e outros motivos que os EUA são uma das nações mais temidas, e respeitadas, do nosso planeta.

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